quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A seca no nordeste e a insustentabilidade


A seca no nordeste brasileiro está entre as questões mais discutidas e noticiadas no Brasil desde os tempos do Império. Dom Pedro II determinou a construção de açudes durante a seca que durou de 1877 a 1879.  Desde então, milhares de açudes foram construídos, o que torna, entre outras razões, o nordeste brasileiro o maior detentor de volume de água represado em regiões semiáridas. 

Mesmo assim, a população de áreas mais pobres do nordeste vem sofrendo com a seca que atinge a região. Segundo números do Ministério da Integração Nacional, 525 municípios do Nordeste estão em situação de emergência, e outros 221 sofrem efeitos da estiagem e aguardam avaliação da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Na Bahia, 232 municípios decretaram situação de emergência, estima-se que a estiagem atinja cerca de 2,6 milhões de baianos. Segundo a defesa civil, esta é a pior seca dos últimos 47 anos no estado.

A insustentabilidade

Existem atualmente cerce de 70 mil represas no nordeste brasileiro, estocando aproximadamente 37 bilhões de metros cúbicos de água. Se existe tanta água, por que a seca atinge tão fortemente a população? O problema é a má distribuição, a água não chega à população mais distante, e principalmente as mais pobres.



Obrigando milhares de nordestinos a andar centenas de quilômetros, ou como eles mesmo dizem, centenas de léguas para buscar água para beber. Em algumas localidades, a água é trazida por carros pipas, que não é distribuída igualmente entre a população, que briga para conseguir um balde de água. A luta para matar a sede gera imagens que ilustram os noticiários televisivos há décadas.
Um dos “efeitos” mais noticiados nacionalmente da atual seca  é a redução drástica no volume de água da Barragem do Rio Mirorós, localizada na cidade de Ibipeba – Bahia.  A barragem tem capacidade para acumular 170 milhões de metros cúbicos de água, tendo atualmente menos de 8% desta capacidade.
As 14 cidades atendidas pela barragem, inclusive a minha – Ibititá, já sofrem com o racionamento desde meados de novembro do ano passado. O fornecimento para irrigação já foi cortado. Segundo informações da Embasa, se o volume da barragem descer mais três metros o abastecimento da região entra em colapso.
A seca é apenas um dos fatores que geraram essa crise. Danos ambientais e a total desproteção do rio e de sua nascente, além do descontrole no uso da água na irrigação são outras partes dessa equação desastrosa.












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